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A tristeza passa, se a paciência perdura.
 A humilhação se esvai, depois que o orgulho é nulo.
O amor se recila, como fica velho o luto.
A transformação será nítida quando dela vier o lucro.



Historicamente, eu corro atrás de você. Historicamente, estava eu neste mesmo período do ano passado pedindo e implorando que você fosse meu namorado. Mas eu sinto que eu nasci para mudar a história, por isso vivo mudando a minha.
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Apesar da solidão da garota sentada em frente ao computador com os dedos percorrendo velozmente os teclados estar presente nos dois quadros, a imagem da tarde era bem diferente do que vemos agora nessa avançada madrugada.

Se de tarde a sala vazia e gelada pelo ar condicionado apontava um horizonte de trânsito e chuva, o calor absurdo desta noite de inverno de 2009 é só mais um dos fatores que colaboram para mais uma noite de insônia improdutiva.

Reconhecer o fim não é fácil, nunca foi. Sempre acabamos com um vácuo a nos percorrer por toda a rotina. Desde o telefone que não toca com palavras de afeto até o sanduíche com molho verde que se tornou o favorito, todos os pequemos momentos te levam a uma certeza de que toda a felicidade possível já está esgotada, o que leva a uma necessidade de real reforma e restauração.

Mas como diz o sábio "manual de como reagir a um pé na bunda" da minha amiga Gabi, por mais nublado que a visão esteja agora, minha felicidade não está nas mãos de ninguém e tentar consertar o que já deu errado é um equívoco que leva a outro. Mas não é a falta da felicidade que me incomoda profundamente. É a parte do sonho.

Acho que a pergunta real que sobra no fundo é: quando um sonho seu morre, o que acontece com todos os outros?

A parte dos planos que caminhavam lado a lado. Até então, tinha na minha cabeça a convicção de que se X desse certo, todo o resto daria. Pois então, eis que X foi pro saco, deu errado, I`m sorry baby, I`m NOT gonna be back.

E agora todo o resto balança numa ingrata corda bamba.

Pra continuar andando na corda, tenho que continuar carregando comigo o vácuo de tudo o que a gente fez junto enquanto éramos um e, com isso, carregar por um tempo muito maior toda a dor, criando uma ferida muito mais profunda.

Mas cair da corda significa abandonar um longo caminho, indescritível, que faz um ano parecer uma década.

Enquanto a equilibrista aqui tenta parar o ciclo de desconsolo, falemos de filmes, músicas, livros e tudo o mais que realmente interessa nessa vida.


[A música que dá título ao post é do Wado e você pode baixar o disco na íntegra no site dele.]
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Ultimamente eu tenho tido muito tempo para mim. Tempo sozinha tem até sobrado. Mas é estranho, a maior parte dos meus pensamentos profundos não acontecem quando estou isolada, como é normal para a maioria das pessoas. As revelações que ando tendo têm acontecido em um ambiente barulhento, escuro e cheio de pessoas.

Tipo que eu meio que sempre soube que a maioria dos meus problemas eram criados, cultivados e aumentados por mim, mas só agora tenho percebido isso de verdade. Porque não faz sentido a pessoa passar horas completamente sozinha, dias sem falar com ninguém, ter todo o tempo do mundo para pensar e repensar e só entender qual o real motivo de incômodo em um lugar cheio de gente, faz?
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"Stories are like spiders, with all their long legs, and stories are like spider-webs wich man gets himself all tangled up in but wich look so pretty when you see them under a leaf in the morning dew and in the elegant way that they connect to one another, each to each."
Neil Gaiman in Anansi Boys





As imagens são fruto de uma pesquisa que alimentou aranhas com moscas cheias de drogas, veja tudo aqui.
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HÁ 10 ANOS:
1. Comecei o segundo grau.
2. Namorava o primeiro Rafael da minha vida.
3. Treinava vôlei diariamente e nadava três dias por semana.
4. Conheci o Lipe e, no mesmo dia, chorei e escrevi uma música com ele.
5. Ganhei o apelido de “Mi”.

HÁ 5 ANOS:
1. Fiz nove matérias em um semestre e decidi que Relações Públicas não seria minha única profissão.
2. Inaugurei esse blogue.
3. Já conhecia a Sarah, apesar da gente não ser tão íntima ainda.
4. Pintava o cabelo de vermelho e as unhas de preto.
5. Passei os últimos dois meses de internação da minha vida.

HÁ 2 ANOS:
1. O pior emprego do mundo.
2. O melhor namoro do mundo.
3. Cinema toda quarta-feira.
4. Li Caio Fernando Abreu doentiamente.
5. Corte de cabelo cooool.

HÁ 1 ANO:
1. Sou solteira.
2. Decidi começar a estudar Jornalismo.
3. Perdi minha câmera fotográfica e dois telefones celulares.
4. Gastei dinheiro como se não tivesse fim.
5. Cabelos pretos, unhas vermelhas e muito rock’n’roll demais até além da conta.

ONTEM:
1. Estava bêbada e dançando às 5h
2. Cheguei em casa às 8h
3. Dormi até 18h
4. Assisti Battlestar Galactica s04e10 de novo e me emocionei, de novo.
5. Fui ler um capítulo de Anansi Boys e acabei dormindo a noite inteira.

HOJE:
Chá de Fraldas da Lúcia

1. Acordei cedo.
2. Coloquei muitas fotos no Flickr.
3. Decidi quem é o personagem principal da história que estou escrevendo.
4. Li um monte de posts antigos desse blogue, por causa desse meme.
5. Vou encher os pneus da bicicleta.

AMANHÃ EU VOU:
1. Pintar o cabelo.
2. Chegar cedo no trabalho.
3. Publicar um texto no Solteiros.org
4. Devolver a câmera do R2.
5. Fazer um peixe recheado de almoço.

CINCO COISAS DAS QUAIS NÃO POSSO VIVER SEM:
1. Livros.
2. Rock.
3. Amigos.
4. Internet.
5. Sorvete.

CINCO COISAS QUE EU COMPRARIA COM R$1.000:
1. Câmera fotográfica.
2. All Star xadrez.
3. Cama nova.
4. Smart phone.
5. iPod Touch.

CINCO MAUS HÁBITOS:
1. Fumar.
2. Beber.
3. Procrastinar.
4. Dramatizar.
5. Desistir.

CINCO PROGRAMAS DE TV:
1. Battlestar Galactica
2. Seinfeld
3. Six Feet Under
4. Two and a Half Men
5. Grey’s Anatomy

CINCO COISAS QUE ME ASSUSTAM:
1. O futuro.
2. Segredos.
3. Amor.
4. Aves.
5. Medo.


CINCO LUGARES ONDE QUERO IR DE FÉRIAS:

1. Tóquio
2. Londres
3. Amsterdam
4. Istambul
5. New York
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O meu tempo é quando
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Olhos bem abertos. Corpo inquieto, remexendo na cama. Acordada, mais uma noite. Fiz uma limpa bonita hoje. Rasguei muito papel.

Achei uma coisa escrita em setembro de 1994. Eu tinha 13 anos. Como eu estive mal com 13 anos. Eu posso tentar me envolver em vários outros tipos de dramas, mas acho que nunca vou ver a vida com tanto desespero quanto aquela pré-adolescente assustada.

Como foi bom achar isso, no meio de tanta coisa que eu já escrevi, achei logo isso. Um papel amassado, escrito com caneta roxa, manchado de lágrimas, algo derramado num impulso, um só fôlego, quase um vômito de tudo que me inquietava.

Tinha algo de muito esperta nessa adolescente, que nem imaginava o teor certo das coisas ainda: não é porque eu vou ter algo para sempre que vou amá-lo todos os dias.

De quando em quando algumas pessoas, tipo aquela menina de 13 anos ou essa mulher de 25, deixam-se levar por certas promessas falsas ilusões ou influenciam-se a ver o mundo desse ou daquele jeito. Mas é o que bate no peito solitário durante a madrugada que faz sentido na verdade, não é?

Queria ter algo bem mais profundo para falar sobre isso, mas tudo parece tão superficial agora...
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Chove na cidade. É sexta-feira, eu estou sozinha no meio de conhecidos e chove na cidade. Todos os números de telefone no meu celular são inúteis. Eu não quero ligar para a maioria e os que sobram ou estão atarefados em outras preocupações ou é meio proibido ligar para eles em uma sexta a noite.

Sexta-feira é noite nobre, dizem por aí. Pois bem, vamos ver essa noite nobre. A rua vazia por causa da chuva, os bares que oferecem conforto estão cheios, tão cheios que a gente nem pode se aproximar deles.

Meus amigos devem ser todos de açúcar, não tem nenhum por aqui. Não que eu queira encontrá-los. Se eu quisesse de verdade, eu ligaria e acharia. Eu ando pela rua atrás de uma espontaneidade impossível. Crio metas inalcançáveis e caminho por caminhos incertos.

Nada em lugar nenhum. Nem no meu inferno favorito me sinto à vontade. Enquanto lá dentro, penso na chuva lá fora, nas gotas no asfalto, nas luzes distorcidas, nas poças de água, na correria de uns, em outros encharcados.

Pego a bolsa e saio. Ando. Caminho. Calma e tranqüila, procurando nada, querendo chegar em lugar nenhum. Só quero tomar chuva. Chegar molhada em casa. Ando. Caminho. Dois carros me oferecem carona. Uma senhora quer dividir o guarda-chuva comigo. Mas não, gente, eu quero tomar essa chuva, quero chegar molhada em casa. Então ando, caminho.

Metade da distância até em casa, a parte suja da cidade, perigosa, figuras escondidas na escuridão e eu lá, louca, andando calmamente, sem medo, curtindo a chuva gelada, a roupa molhada, grudando no corpo, o cabelo pingando, os carros passando apressado, meu ônibus aparecendo na distância, um táxi perguntando onde eu vou... Opa, meu ônibus? Eu quero. Pára, ônibus! O ônibus pára, eu subo, um monte de homens com cara de Axé Brasil me olham meio assustados.

E eu chego em casa, molhada, a roupa fria e encharcada.


E eu ainda queimando por dentro.
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Sofro com a dor dos meus. Agora mesmo, está o coraçãozinho dela apertado do lado de lá e o meu do lado de cá. Mas enquanto o dela está procurando dentro de si razões para o mal, o meu está aqui puto, indignado, raivoso, amargurado, destilando um ódio verde sem fim. E é raiva do real culpado pela situação e é raiva dela também, que não faz idéia da metade da jóia que é.

E como em todas as situações do mundo, ainda é possível tirar uma frase do contexto e dar um real sentido para ela, muito do que está acontecendo com ela hoje me lembra de situações que ocorreram no passado (não é a situação que você quer rebater o auto-machismo e eximir mais um imbecil de culpa não, viu, gatah, pode ir tirando o cavalinho da chuva, porque eu não vou deixar você levar essa desculpa para a frente não).

É que lá em 2003, quando escrever ainda era, para mim, tirar tudo o que estava se passando dentro do meu coração direto para o primeiro suporte "físico" que eu encontrasse, quando eu ainda escrevia sem parágrafo, sem edição, sem racionalizar tudo, quando eu escrevia coisas que até hoje me emocionam, lá nessa época eu escrevi uma coisa para uma outra amiga minha. E cabe agora, então eu vou colar aqui de novo.

E vem aquela onda de insegurança e balança seu mundo, não é amiguinha? E você fica odiando cada detalhe do seu corpo. E odeia todos os outros que você acha bonito. E fica pesada, e é difícil de lhe confortar. E você busca conselhos, amiga. Mas busca só por obrigação, porque você sabe que não vai seguir nenhum deles. E os conselhos dizem: não! não! Mas você não está nem aí! Grita um sim gigantesco e vai e faz a mesma burrada de novo. Ah, amiga, você acha que você precisa daquilo tudo. E então você se veste com todos os apetrechos para chamar mais a atenção dos outros, só que nada disso funciona. Você finge ser uma pessoa que não é e faz coisas que não são do seu feitio. Mas se alguém lhe confrontar, você vai jogar na cara desse alguém que ele não lhe conhece e que você nunca faria nada para chamar a atenção de ninguém. E você chora, querida. Chora escondida no banheiro. E continua chorando escondida até o momento que percebe que derramar lágrimas no escuro nunca vão suprir a sua carência. Então você começa a chorar em público, a manchar sua maquiagem e a fazer feia toda aquela imagem que você aprontou bonita. E as pessoas tentam te ajudar, mas nada adianta de nada. O problema que nasce dentro de você é você quem tem que resolver. E na verdade você sabe de tudo isso. Mas você continua achando que precisa de tudo aquilo. E como a atenção que você chama não se sobressai, e quando você encontra alguém com mais carisma, você começa a fazer coisas ainda menos suas. Você se assusta com as suas atitudes, mas tem que manter a pose. Depois disso, seu sono é difícil e você se sente mal consigo mesma constantemente. E se assusta facilmente. E chora mais, amiga. E meu peito fica apertadinho de ver você chorando assim, mas eu sei que não posso fazer nada. Se a merda é sua, você tem que limpar. E aí você começa a colocar desculpas, começa a rir dos seus problemas, banalizando tudo que é tão influente no seu bem-estar. Passa a pôr a culpa nos outros. E o ódio aumenta. Mas só você sabe que esse ódio todo não é para ninguém mais além de você. Ai, amiga! Você sofre tanto. E na verdade tudo que você precisava era da dose certa de carinho? Nada disso! Quanto mais carinho você ganhar (pelos motivos errados), mas carinho você vai pedir. E ninguém tem tanto carinho assim para dar de graça. E você coloca a culpa nas pessoas e diz que se alguém próximo a você precisasse de carinho você daria muito mais do que o necessário. Mas é mentira, amiga! Você sabe disso, não sabe? Tem alguém aí do seu lado precisando de carinho. Alguém que é tudo no seu mundo, alguém que mais do que ninguém merece consideração. Você sabe de quem eu estou falando, né, amiga? É de você. E que carinho você tem se dado? Nenhum. Fica aí pelo mundo mendigando o amor dos outros quando é incapaz de se amar. E, lembra que eu falei que você só precisava de um amor, de um carinho? Então, amiga. É do seu. Eu sei que é difícil agora, eu sei o lixo que você está se sentindo agora, amiga. Mas, pela sua saúde, pela nossa amizade, por Jesus, sei lá, arranja um motivo qualquer aí, por você, cara! Por você, pára de achar que você precisa disso ou daquilo. Você precisa de ar, água e amor-próprio. E só. Pára de se fazer dependente de outras coisas e pessoas, pára de se iludir, amiguinha! Bem vinda ao mundo real! Bem que eu queria poder ajudar você, mas aqui a única arma que você tem é a pessoa que vê no reflexo do espelho.


Porque por mais que seja ultrapassado, eu ainda me sinto da mesma maneira. E é lavando e sacudindo que a gente se livra de areia.
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São três e quarenta e dois da manhã, ser mais acordada que eu não existe em Belo Horizonte. Das noventa e duas janelas que eu posso ver sentada na cadeira do computador, as únicas quatro acesas são nas escadas do prédio ao lado, além das duas janelinhas de banheiros que tradicionalmente dormem acesas.

Sim, eu contei. Aliás, é hábito meu contar essas janelas que poderiam me ver, mas como (quase) ninguém pára nelas, sou eu quem vejo todos esses retângulos envidraçados diariamente.


Mas a minha janela é sem graça, nem se compara à janela do hotel da Charlotte e do Bob Harris em Encontros e Desencontros, filme que acabei de (re)ver, motivada pela recente descoberta dos sussuros finais.

Pois é, e essa é a postagem de número dois mil do Petulância.
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