Estranho pensar quanto tempo eu passei nesta vida imaginando que as coisas um dia seriam diferentes e tudo ia mudar e fazer sentido e encontra espaço e tudo o mais. Estranho pensar o quanto me censurei nos últimos anos, tanto aqui neste blog quanto aqui nesta vida. Estranho imaginar que eu fosse capaz de fazer metade do que eu já fiz e viver um terço do que já rolou comigo. Mais estranho ainda nessa altura do campeonato é perceber que com todos os pesares e revelações tudo que eu deixei passar e todas as vezes que eu sentei no chão e chorei, desolada e desacreditada de absolutamente tudo. Incrível ter passado por tantas histórias, tantas estórias, tantos boatos, tantas promessas, tantas falhas, tanto tanto tanto, e ainda estar viva. E não só viva como a uma ligação de distância de recuperar tudo que eu ponho a perder quase diariamente.

Hoje 50 páginas de um livro, duas taças de vinho e sete cigarros me fizeram lembrar da menina que escrevia tranquila tudo que passava pela cabeça nesse espaço sem muito se preocupar a quem chegava o conteúdo. E ter saudades dela. E pensar em quem leu e ficou magoado ou surpreso ou achou graça. E lembrar que eu escrevia para mim.


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Então eu tiro meus sapatos como se fossem a culpa, e penso. Penso muito. Penso o que seria profundo o suficiente sem deixar espaço para dúvidas e sem parecer um erro completo. Penso no meio termo.

Penso em outro futuro, penso em outro passaso.

Penso em tudo que eu não discuti.

E penso no tanto que deixei passar.

E penso em quanta coisa dentro de mim virou luto.

E penso em quanto eu deixei passar, e em quantas coisas deixei voar por brancas nuvens antes de perseguir a pessoa que (quem?) eu realmente era.

E tento calcular o quanto disso tudo era involuntário e o quanto disso tudo era uma prova a quem eu poderia ser.

Eu penso "e se"... "e se...", mas, enfim, pouco há o que se discutir a respeito do que ficou. E menos ainda a se discutir do que passou.

Mas ainda há a vírgula, o vocativo e o futuro.

Este tem de me surpreender, definitivamente antes que eu...


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Another Earth é um drama de ficção científica. Eu gostei. A história é bem palpável e conquista antes dos 15 primeiros minutos. Assiste aí!
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A música começa a tocar bem ao fundo, a câmera se movimenta em busca do som. Uma garota dança com leves passos em frente das caixas, olhos fechados, corpo entregue ao condutor, obedecendo os comandos automaticamente. Um passo e outro, gira. Gira, gira, gira. Em um movimento a garota se afasta. Dez metros adiante e um gole de água depois, ela fecha lentamente os olhos e rodopia sozinha em outro canto do salão, assim era mais legal.
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Tava lendo isso:
This pattern — women can dress like men, but men don’t dress like women — suggests that there is, in fact, something demeaning, ridiculous, or subordinating about presenting oneself to the male gaze. Most men feel stupid, gross, or vulnerable when they do it. This isn’t just about conformity to different gendered expectations. If it were just about difference women would feel equally weird dressing in men’s clothes. Instead, when women adopt masculine ways of dressing and moving, they often feel empowered. 
So, when men do femininity they feel ridiculous and when women do masculinity they feel awesome. This is what gender inequality looks like.
(via Sociological Images)

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